O sorriso dela tem vida própria.
É sorriso criança, travesso.
As vezes voa pelo ar, as vezes corre pela casa.
Hora ou outra se esconde, e tão bem, que é difícil achar.
O sorriso dela não sabe a hora de parar.
Costuma varar a madrugada pentelhando todo mundo.
Não tem grito que o sossegue.
É sorriso que não respeita ninguém.
Tem dia que nem dor o faz inquietar.
O sorriso dela não tem compaixão.
Se diverte com a desgraça alheia, com tombos, topadas...
É sorriso sem-vergonha.
Sem culpa, sem regras.
Não tem hora para chegar, nem para ir embora.
É o mais doce dos sorrisos.
De dar inveja aos outros.
Quando ele chega fazendo barulho, contagia todo mundo.
É sorriso bagunceiro. Levado. Bobo.
Se fascina com cada descoberta, cada coisa nova que vê.
A simplicidade dele dá vontade de chorar.
O sorriso dela tem vida, vida própria.