segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Cortinas vermelhas

Eu finjo que te amo.
Declamo dezenas de poesias com seu nome.
Mas é tudo parte da minha encenação.
Eu finjo que morro de saudades.
As vezes até choro, sozinho.
Finjo tão bem que você faz parte da minha vida,
que morreria em seu lugar.
Que me mataria,
caso você morresse.
Mas, claro, faz parte do meu jogo.
Do meu teatro bem encenado.
Sou tão bom ator que implorei,
e às lágrimas te convenci a voltar,
quando você me deixou.
Minhas mãos trêmulas quando te vejo, meu coração acelerado,
minhas pupilas dilatadas, meu sorriso bobo,
tudo isso é parte do meu truque.
Sou tão bom ator que vou atuar para sempre.
Fingirei ser o seu marido.
O pai de seus filhos.
Fingirei que minha vida foi perfeita, quando ficarmos velhos.
Agora eu finjo que a sua felicidade é o sentido da minha vida.
Que fico feliz ao satisfazer todos os seus desejos,
seus caprichos.
Meus beijos fingidos, meus abraços encenados,
minhas palavras falsas, sempre te fizeram morrer de amor.
Eu finjo que te amo.
E você, boba, acredita.

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